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Programas de treinamento para maratona com aumento

Maratona

Programas de treinamento para maratona com aumento de quilometragem semanal para corredores intermediários

Programas de treinamento para maratona com aumento de quilometragem semanal para corredores intermediários

Este guia prático de programas de treinamento para maratona com aumento de quilometragem semanal para corredores intermediários mostra como progredir com segurança: periodização, longões progressivos, treinos de intensidade, recuperação, prevenção de lesões, nutrição e equipamentos. A proposta é entregar um roteiro direto para aumentar volume sem comprometer saúde ou performance.

Principais aprendizados

  • Aumente a quilometragem gradualmente (regra prática 10% como referência).
  • Use microciclos (3 semanas de carga 1 de descarga).
  • Longões semanais progressivos desenvolvem resistência e testam nutrição.
  • Treino de força 1–2x/semana previne lesões e melhora economia.
  • Monitore RPE, sono, HRV e sinais de overtraining.

Visão geral do programa

Objetivo: orientar corredores intermediários (1–3 anos de corrida; 30–60 km/semana) a elevar a quilometragem semanal de forma segura, com foco em resistência aeróbia e performance em maratona.
Princípios-chave:

  • Aumento gradual do volume (referência: 10%/semana; reduzir para 5% se houver histórico de lesões).
  • Micro/meso/macro ciclos: estruturar blocos de 3 semanas de subida 1 semana de recuperação.
  • Priorizar volume em baixa intensidade (Z1–Z2) e sessõess específicas de ritmo (Z3–Z4).
  • Força e mobilidade integradas para suporte estrutural.

Exemplo de progressão (base 40 km/semana):

  • Semana 1: 44 km (10%)
  • Semana 2: 48 km (9%)
  • Semana 3: 52 km (8%)
  • Semana 4: recuperação — 36 km (-30%)

Periodização e como planejar a progressão semanal

Modelos:

  • Linear: aumento gradual de volume seguido por taper — simples e eficaz para intermediários.
  • Ondulante: variação intra‑semana de volume/intensidade — útil para estímulos variados.

Estrutura típica (10 semanas antes da prova):

  • Seg: descanso ou cross‑training leve.
  • Ter: intervalados (ex.: 6×1 km ritmo 10K).
  • Qua: trote fácil força.
  • Qui: tempo run / limiar 20–40 min.
  • Sex: trote leve / descanso.
  • Sáb: corrida moderada com blocos em ritmo de prova.
  • Dom: longão progressivo (últimos 5–15 km em ritmo objetivo).

Para definir zonas e controlar intensidade, use protocolos de referência como testes de campo e recursos sobre frequência cardíaca máxima e zonas de treino.

Progressão semanal prática: acrescente distância em apenas uma sessão por semana (ex.: longão 2–5 km) e insira semanas de descarga a cada 3–4 semanas (redução 20–35%).

Planos progressivos (12, 16 e 20 semanas)

  • 12 semanas: para quem já tem base alta (≥50 km/semana); mais intensidade.
  • 16 semanas: equilíbrio recomendado para a maioria dos intermediários.
  • 20 semanas: ideal para quem parte de base <40 km/semana ou volta de pausa.

Componentes comuns: longão semanal progressivo (até 28–38 km conforme objetivo), sessões de velocidade/ritmo, treino de força, polimento final com taper de 2–3 semanas.

Se quiser modelos aplicáveis a distâncias intermediárias e adaptações para provas curtas, confira também planos de base como os de 10 km que ajudam a entender progressões de volume e intensidade.

Aumento gradual do volume e sobrecarga progressiva

Princípios:

  • Priorize adaptações musculares e tendíneas com progressões lentas.
  • Aplique a regra 10% como guia, usando 5% quando houver risco de lesão.
  • Estratégia por blocos: 3 semanas de carga 1 semana de recuperação.
  • Em semanas de alto volume, mantenha 75–85% do total em Z1–Z2, 10–15% em Z3 e 5–10% em Z4–Z5.

Métricas úteis: CTL/ATL/TSB (TrainingPeaks, Garmin), RPE, sono e frequência cardíaca.

Longões progressivos: aumentar distância e intensidade com segurança

Objetivos: resistência de combustível, economia de corrida, tolerância ao esforço e teste de nutrição/equipamento.

Tipos:

  • Longão fácil contínuo (Z1–Z2).
  • Progressivo: terminar mais rápido (últimos 8–15 km em ritmo de prova).
  • Com blocos: segmentos em ritmo de prova intercalados com trote.
  • Simulação: distância próxima ou igual à prova com estratégia de hidratação/alimentação.

Para teste de abastecimento e estratégias de ingestão durante os longões, consulte orientações práticas de nutrição esportiva e ajuste CHO/h conforme tolerância.

Progressão segura: aumentar longão principal 2–5 km por semana, reduzir a cada 3–4 semanas (20–30%). Nos últimos longões antes do taper, incluir 10–15 km a ritmo de maratona. Teste géis, sachês e sapatos sempre nos longões.

Exemplo rápido (8 semanas, base 40 km/semana): 24 → 26 → 28 → 20 (recuperação) → 30 → 32 (últimos 10 km em ritmo) → 34 → 22 (taper).

Intensidade: tiros, tempo runs e marathon‑pace runs

Função de cada sessão:

  • Tiros (intervalos) desenvolvem velocidade e VO2max (ex.: 6–10×800–1200 m).
  • Tempo runs (20–40 min) elevam limiar de lactato.
  • Treino de ritmo (8–16 km ao pace maratona) acostuma o corpo ao esforço objetivo.

Frequência: normalmente 1 sessão de intervalos 1 sessão de ritmo/threshold por semana nas fases específicas (8–6 semanas antes da prova). Respeite 48–72 horas entre sessões de alta intensidade. Para melhorar desempenho em prova e treinos específicos, veja artigos sobre performance em maratona e ajustes de ritmo.

Adaptação ao aumento de carga e sinais de overtraining

Adaptações esperadas: melhora de VO2, economia e resistência muscular.
Sinais de overtraining: fadiga persistente, insônia, perda de apetite, queda de desempenho, FC de repouso elevada, alterações de humor, lesões recorrentes.
Diferenciar:

  • Overreaching: transitório, melhora após 1–2 semanas de redução.
  • Overtraining crônico: persiste semanas/meses; exige avaliação médica.

Intervenção inicial: reduzir volume 30–50% por 7–14 dias, priorizar sono e nutrição, e procurar profissional se persistir.

Prevenção de lesões, recuperação ativa e protocolos de fisioterapia

Prevenção:

  • Progressão controlada, fortalecimento neuromuscular, técnica otimizada e recuperação adequada.
    Treino preventivo: 2 sessões de força semanais (agachamento unilateral, step‑ups, deadlift romeno leve), core e mobilidade — confira dicas práticas de musculação aplicada ao desempenho.
    Recuperação ativa: trote leve, natação, ciclismo 20–40 min, foam rolling e crioterapia quando indicado.
    Fisioterapia: avaliação funcional, redução de carga, terapia manual, exercícios excêntricos para tendinopatias e retorno gradual baseado em sintomas.

Nutrição esportiva: calorias, macros e timing

Recomendações práticas:

  • Energia: 35–45 kcal/kg/dia em manutenção; 45–60 kcal/kg/dia em picos de volume.
  • Carboidratos: 5–8 g/kg/dia em volume moderado; até 8–10 g/kg/dia em picos.
  • Proteínas: 1.4–1.8 g/kg/dia (até 2.0 g/kg/dia temporariamente).
  • Gorduras: 20–35% das calorias.

Para orientações detalhadas sobre composição e timing, veja os conteúdos de nutrição esportiva para treinos e estratégias práticas de recuperação em nutrição e recuperação.

Timing:

  • Pré-treino (1–3 h): carboidrato fácil proteína leve.
  • Durante (>60–75 min): 30–60 g CHO/h; até 60–90 g/h em esforços muito longos com combinação glucose:frutose.
  • Pós‑treino (0–2 h): 1.0–1.2 g/kg CHO 20–30 g proteína.

Hidratação: baseie‑se na perda de peso por hora; incluir eletrólitos em treinos longos e calor.

Suplementos práticos

Princípio: complementam, não substituem alimentação. Prefira produtos testados (Informed‑Sport).

  • Creatina: 3–5 g/dia para força e recuperação.
  • Whey: 20–30 g pós‑treino.
  • Géis/sachês: 25–40 g CHO/sachê; testar tolerância.
  • Beta‑alanina, nitratos (suco de beterraba) e suplementação de ferro/vitamina D conforme exames.
    Teste tudo antes da prova.

Para recomendações sobre suplementação dentro de um programa de treino, consulte também materiais de nutrição esportiva aplicada ao desempenho.

Estratégias de alimentação e hidratação para longões e dia de prova

Pré‑longão: refeição 2–3 h antes com carboidratos de fácil digestão.
Durante: 30–60 g CHO/h (até 60–90 g/h em longões >2,5–3 h); combinar com água e eletrólitos.
Dia de prova: carb‑loading 24–48 h (7–12 g/kg/dia nas 24–48 h); café da manhã 2–3 h antes com 1–3 g/kg CHO; plano de reposição por hora durante a prova; pós‑prova imediato: 1 g/kg CHO 20–30 g proteína.

Treino de força, CrossFit e bodybuilding aplicados à maratona

Força melhora economia e previne lesões. Recomendações:

  • 1–2 sessões/semana.
  • Foco em força máxima na base (3–6 RM) e força resistente na fase específica (8–15 rep).
  • Pliometria controlada para elasticidade.
    CrossFit: integrado com cautela (evitar WODs intensos perto de treinos-chave). Bodybuilding: útil no off‑season, mas evite ganho excessivo de massa precompetição.

Para aprofundar métodos e exercícios de musculação voltados ao corredor, veja artigos sobre musculação e performance.

Cross‑training (ciclismo, natação)

Benefícios: reduz impacto, mantém capacidade aeróbia e traz variedade.
Integração: substituir 1–2 treinos de corrida por ciclismo/natação em fases de base ou recuperação; usar brick sessions (bike→corrida) para adaptação. Se utilizar ciclismo de forma estruturada, considere protocolos de intervalados específicos para bike como referência para intensidade e FTP.

Escolha de tênis, meias e vestuário

Critérios: drop, amortecimento, responsividade, ajuste e peso.
Testar um par de treino e um par de prova em longões; evitar sapato novo no dia da prova. Para orientações detalhadas sobre ajuste e avaliação de calçados, consulte guias como avaliação de FC e conforto e artigos específicos sobre avaliar um tênis de corrida e escolher o par ideal para diferentes distâncias. Meias técnicas e roupas sem costuras reduzem bolhas e atrito. Ajuste conforme clima (camadas no frio; ventilação no calor).

Ajuste do plano ao perfil da prova

Analise altimetria, vento, piso e postos de hidratação.

  • Provas com subidas: hill repeats e força focada.
  • Provas planas: treinos de ritmo e turnover.
  • Altitude: aclimatar quando possível.
    Adapte pace alvo e logística de alimentação conforme percurso. Para escolher a prova que melhor se encaixa ao seu perfil, consulte orientações sobre escolha de prova e melhores opções para desafios específicos.

Calendário de competições e fontes oficiais

Fontes úteis: World Athletics, AIMS, CBAt, World Triathlon, UCI, organizadores locais. Verifique calendário e resultados nos sites oficiais e plataformas como RunSignup e MyRaceResult. Para contexto histórico e calendário nacional, artigos sobre a evolução das maratonas no Brasil podem ajudar na escolha de eventos.

Monitoramento e métricas

Métricas essenciais: quilometragem semanal, TSS/IF/NP, VO2 estimado e ritmos por zona. Ferramentas: relógios GPS (Garmin, Polar, Coros), TrainingPeaks, Strava. Defina zonas por FC, limiar ou pace de referência e ajuste conforme testes de campo (5–10 km) ou ergoespirometria. Para referência prática sobre monitoramento e melhoria de performance em provas de rua, veja conteúdos sobre corrida de rua e performance.

Exemplo de plano progressivo de 16 semanas (resumido)

Premissa: corredor intermediário com base ≈ 40 km/semana. Bloco: 3 semanas de aumento 1 semana de descarga.

  • Semanas 1–3: 44 → 48 → 52 km (longões 20–24 km).
  • Semana 4: 38 km (recuperação).
  • Semanas 5–7: 56 → 60 → 64 km (longões 26–30 km, introduzir blocos a ritmo).
  • Semana 8: 48 km (recuperação).
  • Semanas 9–13: subir até pico 80 km com longões progressivos (32–36 km) e simulações nutricionais.
  • Semanas 14–16: reduzir volume, manutenção de intensidade curta e taper (redução 40–60%) até a prova.

Ajuste volumes conforme recuperação, sinais de fadiga e histórico de lesões.

Atualizações quinzenais e conteúdo técnico

Mantenha-se atualizado com BJSM, MSSE e comunicados de fabricantes/organizadores. Para conteúdo editorial, selecione um estudo científico, um produto e uma notícia de calendário a cada quinzena.

Fontes e referência

World Athletics, AIMS, CBAt, TrainingPeaks, PubMed, Informed‑Sport. Consulte sempre a fonte oficial de eventos e profissionais de saúde/treinadores para prescrição individual.

Conclusão

Os melhores programas de treinamento para maratona com aumento de quilometragem semanal para corredores intermediários seguem três regras: progressão lenta, recuperação planejada e testes práticos em longões. Integre força, nutrição e monitoramento para reduzir risco de lesão e maximizar adaptação. Consistência e paciência geram resultados — ajuste o plano ao seu histórico, teste equipamento e estratégias e procure apoio profissional quando necessário.

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